quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Fiquei pensando em como seria a minha estréia aqui. Tapete vermelho na passarela infinita, canto gregoriano em bg, paisagem da Tailândia ao fundo, eu noiva de mim mesma, devolvendo sorrisos no meu vestido de brocado inglês. Pétalas de gerânios descendo pelo corpo suado, extasiado, desfilando em slow motion entre os amigos que estariam de olhinhos grudados em mim. Uma ego trip das mais escalofobéticas, vamos combinar. É que me privo do prazer de escrever. Arranjo desculpas pra minha preguiça. Mas hoje o parto se deu. Escancarei pernas e a alma pra vocês. E que Alah me proteja!

Degustação de uma flor

Eu que sou a mola que move a moviola que toca a canção pretendida
Sou parte desnuda, despudorada que clama, reclama, investe no jogo acabado.
Sou pedaço e unidade.
Sou encanto e tragédia, melancolia e exuberância, torta metáfora de rima indiscreta.
Soul.

Eu me visto, eu me cubro, eu oculto o meu eu mais antigo
Travestida de enganos, escancarada reclamo mãos suaves e mornas que me toquem o ventre e assim me acalme, e assim me entregue todos os sentidos que aprendi a esconder
Devolva a minha dúvida
Pertença ao meu sonho
Faz que me vê.