sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Eu e o ponto - um contraponto

Ando escrava de um banco de horas. Algemas estão marcando o meu pulso nesta sexta. O olho no relógio se tornou uma obsessão e nem sei mais o que faço pra que as horas, essas teimosas que não cooperam, se rendam aos meus pedidos de disparar os seus ponteiros. Nada! Nem com reza braba me torno livre.
Olhando pela janela da rua da Relação, vejo uma lua imensa, ocupando parte do negro céu, se achando de tão bonita... E eu aqui, amarrada a um tempo que devo. Dá pra pensar muita besteira num tempo assim... principalmente no infeliz que inventou relógio de ponto...rsss
Mas na verdade nem é disso que quero falar... só estou divagando através deste banco de horas sobre a urgência da vida. A voracidade me consome, mas é porque essas mesmas horas que reclamo demorar a passar, são as mesmas que requisito, são as mesmas que reclamo e exijo quando sinto que o dia se foi.
A vida é mesmo urgente. Não dá pra ficar olhando pela janela a paisagem que se vê. É preciso estar lá, acontecer... estar presente em cada ponteiro do relógio... e essa hora que não passa... e essa hora que passa tanto...
Dá pra perceber que esse banco de horas tá fazendo um estrago na minha vida, né não? Porque, francamente, ficar aqui entretida sobre a pulsação de um relógio em plena sexta-feira é mesmo coisa de dodói... rsss...